Após o último incidente, o futuro de Israel no FIFA está em jogo
Jawhar e Adam , 19 e 17 anos, não podem jogar futebol novamente. Quando voltavam para casa após o treinamento, foram baleados nos pés e espancado pelo exército israelense ao passar por um posto de identificação. A FIFA e o COI deve tomar medidas contra um regime que impede sistematicamente qualquer desenvolvimento do desporto palestino. Em diversos países foi lançada a campanha “Cartão Vermelho Contra o Racismo Israelense” para suspender a adesão de Israel à FIFA.
Jawhar Nasser Jawhar , de 19 anos e Adam Abd al- Raouf Halabiya, de 17, jogadores de futebol na Cisjordânia e integrantes da Seleção Palestina de Futebol, nunca mais vão praticar esportes novamente. Jawhar e Adam estavam voltando para casa depois de um treino no estádio Faisal al Husseini, quando foram alvejados por forças israelenses ao se aproximar de um ponto de verificação. Mesmo depois de serem detidos, foram atacados por cães e espancados no checkpoint. Jawhar recebeu dez tiros nos pés. Adam, um tiro em cada pé. Foram transferidos do hospital de Ramallah para o hospital King Hussein Medical Center, em Amã, onde receberam a notícia de que o futebol já não faz parte do seu futuro.
Este é apenas o mais recente caso de perseguição a jogadores palestinos pelo exército e forças de segurança israelenses. Ao longo dos últimos cinco anos, eles sofreram com casos de mortes, ferimentos ou prisão. Vamos imaginar o que aconteceria se um dos jogadores de elite do mundo espanhol fosse preso, baleado ou morto, o quão longe chegaria a indignação da mídia internacional? Ou se algum outro país atirasse nos pés de jovens jogadores de futebol do Brasil? No entanto, esses eventos ocorreram na Palestina ocupada e a imprensa ocidental – controlada pelos sionistas – não divulga.
A equipe nacional palestina, formada em 1998, é classificada como 144 do mundo no ranking da Federação Internacional de Futebol (FIFA). Eles nunca estiveram acima de 115. De acordo com as fortes declarações do presidente da Associação de Futebol da Palestina, os problemas decorrem da determinação dos dirigentes israelenses em "destruir o esporte na Palestina ocupada."
Trata-se de uma campanha com efeitos psicológicos contra a população dos territórios ocupados. O esporte representa uma fuga, uma alegria para a comunidade palestina. Os israelenses querem eliminar no país esta grande fonte de orgulho para um povo que teve sua nação invadida e ocupada. Atacar jogadores é atacar a esperança de que a seleção será um dia reconhecida e conquistará destaque mundial.
Joseph Blatter reconhece claramente o fato de que há sérios problemas na maneira como o Estado de Israel trata os atletas palestinos. Ao longo do ano passado ele tentou mediar esta questão com a convocação de uma comissão de autoridades israelenses e palestinas para ver se eles poderiam chegar a algum tipo de acordo sobre os pontos de controle e as restrições que impedem a saída de atletas palestinos (e treinadores, consultores e formadores) da Cisjordânia e Gaza.
Os tiros nos pés de Jawhar e Adam têm causado uma situação delicada e impossível. Organismos desportivos como a FIFA o COI são sempre cautelosos ao definir linhas vermelhas sobre a conduta dos países membros. No entanto, a perseguição deliberada de jogadores é algo que, mesmo nos corredores do poder, considera-se impossível de ignorar. Enquanto Israel continuar perseguindo, prendendo e assassinando jogadores palestinos, a posição da seleção israelense na entidade é incerta.
Tradução do artigo de Dave Zirin , no jornal The Nation
Israel tenta eliminar a Rússia desta Copa
O menosprezo das autoridades israelenses para com a opinião pública mundial é conhecida, mas às vezes chega às raias da loucura. A atual campanha dos israelenses é no sentido de impedir a participação da Seleção Russa nesta copa do mundo, com a desculpa de punição pela anexação da Crimeia.
Ainda que essa proposta estapafúrdia fosse adotada, a seleção israelense ocuparia o lugar da russa e participaria dos jogos desta Copa do Mundo.
É uma aberração insuportável. A Seleção Russa conquistou seu direito de participar da Copa com muito esforço, investimentos, talento e categoria. Não poderá ser desclassificada por interesses políticos ou econômicos de quem quer que seja.
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